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domingo, 7 de dezembro de 2008

Tire dúvidas sobre o sistema de airbag

Apenas 25% dos carros saem de fábrica com o sistema.
Projeto de lei prevê obrigatoriedade no Brasil a partir de 2014.

Ricardo Lopes da Fonseca Especial para o G1

É importante dar a devida importância aos mecanismos que podem salvar vidas. No Brasil, por exemplo, apenas 25% dos carros saem de fábrica com airbag. Destes, 5% são populares.

Muita gente não sabe, mas o primeiro carro equipado com airbag disponível para venda foi o Oldsmobile Toronado na década de 1970. O assunto é tratado no mundo inteiro como uma boa solução para diminuir as mortes no trânsito. Em 1998, os Estados Unidos estabeleceram uma lei obrigando todos os veículos novos a terem airbag do motorista e passageiro de série. Logo, outros países europeus adotaram a idéia, seguidos depois pelo Japão.

E não é só o airbag que é desprezado pelos motoristas. Dados divulgados pelo Cesvi (Centro de Experimentação Viária) mostram que o uso do cinto de segurança é usado por 82,7% dos motoristas nas rodovias e 75,2% nas cidades. Esse número é relevante, já que o airbag um complemento ao cinto de segurança.

Como funciona o airbag

Desde sua invenção, os airbags já salvaram milhares de vidas. Em uma colisão o equipamento pode inflar em menos de um décimo de segundo para proteger os ocupantes do automóvel das forças de uma colisão frontal ou lateral.

A bolsa inflável é uma almofada que fica dobrada dentro do volante ou painel do carro. Com muitas evoluções, atualmente os veículos dispõem também de airbags no teto, no revestimento das portas, nas colunas e nos encostos de cabeça. Essa bolsa se enche rapidamente no caso de uma colisão, seja frontal ou lateral e sua finalidade é restringir o deslocamento dos passageiros em direção a superfícies contundentes dentro do automóvel. Entre encher e esvaziar completamente não decorre mais de 30 milésimos de segundo. A bolsa do airbag lateral infla em até 20 milisegundos. Só para completar, esses tempos são inferiores a um piscar de olhos, que leva cerca de 100 milisegundos.

As três partes em um airbag:

A bolsa inflável - ela é feita de um tecido de náilon, de espessura fina, que fica dobrada dentro do volante ou no painel do veículo.


O sensor que comanda a bolsa - detecta a força de um choque a partir de uma velocidade de 15 km/h (no padrão americano) ou 24 km/h (no padrão europeu). O sistema que enche a bolsa - os airbags são inflados pela reação de dois produtos químicos. Essa reação se dá muito rapidamente, produzindo uma descarga elétrica que libera um gás que se expande. Isto faz com que a bolsa infle até 40 cm do volante, saltando para fora da direção ou painel quando se expande. Cerca de poucos segundos depois, a bolsa já estará desinflada, de forma a não machucar ou atrapalhar o passageiro. É por isso que ela possui muitos orifícios.

Os mais comuns são os airbags frontais que ficam alojados no volante e no painel. Em colisões mais leves, laterais, traseiras ou em capotamentos, o dispositivo normalmente não é ativado. Existem também os side bags ou comumente chamados de laterais, que são instalados nos bancos ou nas portas. A função desse airbag lateral é a proteção em caso de impactos laterais ou capotamentos.

A engenharia automotiva estuda a segurança dos ocupantes de um automóvel conforme o grau de intensidade da colisão. Em baixa a média intensidade, apenas o cinto de segurança é a proteção recomendada, já que nessas circunstâncias há pouca troca de energia, ou seja, pouca deformação do carro. Nesse caso apenas as partes de acabamento sofrem algum dano, que não chega a atingir a estrutura do veículo. Os ocupantes têm pouco contato com partes internas do veículo.

Em média intensidade, a proteção adequada é uso do cinto de segurança em conjunto com o pré-tensionador. Nessa situação, a engenharia prevê significativas deformações na parte frontal do chassi, porém sem afetar significativamente o compartimento do motor. Pode ocorrer o contato dos ocupantes com partes internas do veículo, porém sem possibilidade de ocorrer ferimentos graves.

Já um choque de média para alta intensidade, todos os componentes de segurança devem ser utilizados para minimizar os danos. O cinto de segurança em conjunto com o pré-tensionador e o airbag atuam com o objetivo de assegurar a integridade física dos ocupantes, uma vez que nessas condições o carro sofre grandes deformações estruturais com ou sem redução do habitáculo dos passageiros. O impacto dos ocupantes com partes internas do veículo, cujo risco provável de ocorrência de ferimentos graves, é maior.

No Brasil ainda vai levar tempo para esse equipamento se tornar obrigatório. A obrigação está prevista em um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, mas pelo visto só mesmo em 2014 é que todos os veículos terão o acessório, já que para a lei entrar em vigor serão necessários cinco anos após a definição das especificações pelo Contran. Até lá, tenha muito cuidado no trânsito.

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